terça-feira, 20 de setembro de 2005

Atropelos

Como já foi justificado anteriormente, andei sem escrever porque ando sem tempo (...). Este parece ser um mal que aflige a todos atualmente. Tenho acumulado as funções domésticas (lavando, passando , limpando , cozinhando...), maternas (com direito a fazer bolo de brigadeiro domingo à noite para reunião escolar da Miúda , dar uma ajuda ao primogênito em assuntos púberes, etc), profissionais, matrimoniais e ainda tenho sido uma filha e uma amiga meio relapsas.
Tenho me atropelado, atropelado meu tempo, atropelado meus prazeres , meus amores , meus desejos a fim de dar conta do recado. E quem me conhece , sabe o quão obsessiva eu sou, portanto, não se trata de, simplesmente, dar conta do recado e sim fazer bem feito. O corpo já dá sinais de estar sendo atropelado (ontem deu no meio de uma cirurgia).


Hoje, resolvi respirar. Respirar apesar. Porque respirar no fim é fácil, no meio do atropelamento é que são elas. Respirei quando me ví com duas bolsas, uma mochila , um carrinho de boneca , uma boneca em UMA mão e puxando a mão de L. com a outra, dizendo :"Vamos, estamos atrasadas, vamos perder a hora, está tarde, ..." E ela me puxando para trás porque queria ver uma florzinha que crescia no chão , no meio das pedras portuguesas aqui da rua. Aí eu parei! E olhei a florzinha com ela, por uns longos segundos... Eu tinha passado a manhã inteira falando em horas e atrasos, e coma rápido, ligeiro pro banho, pára prá se vestir que está tarde!!!!!!!

Me atropelar é uma coisa, atropelar tanto assim o tempo dos meus filhos é outra. Eu atropelei muito o P., quando ele era menor, mas eu aprendi algumas coisas nestes anos, só não posso esquecê-las e sair passando por cima de florzinhas que crescem nas pedras portuguesas.

Hoje eu estou com tempo , pelo menos para respirar, pois o jantar foi carne moída mesmo e a faxina do quarto fica prá outro dia.

Nenhum comentário: